segunda-feira, 13 de junho de 2011

O que percebe um supertramp...

Supertramp é uma das minhas bandas prediletas, criadora de músicas atemporais e pelo destacou-se pelo diferencial em uso de instrumentos como saxofone, teclado e gaita. Foi uma banda que me conquistou em quase todos seus cds mas também me chamou a atenção pelas capas de seus discos, com temas às vezes bem surreais e críticos e com uma densa carga de sentimentos e reflexões. Aí vão minhas capas preferidas:



Álbum "Crisis? What crisis? " de 1975 com uma bela representação de alienação...


"The autobiography of Supertramp" de 1986, é possível ter viajar bem muito nas várias possibilidades de interpretação dessa imagem...


"Famous last worlds" de 1982 - Essa é super surreal, quase que uma linha da vida a ponto de ser cortada enquanto estamos na constante tentativa de se equilibrar... 

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Dor...



Dor

Que sensação é essa que me faz ninguém
Perante a vida, 
Perante o mundo,
Perante o mesurável e o imensurável?
Nesse instante não sou nada
Sou o que puder curar
Sou o que a vida puder sanar
Sou um ai no ar...
(Thelma Prado Morais)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Sobre a educação e o conhecimento...


"Conhecimentos que não são nascidos do desejo são como uma maravilhosa cozinha na casa de um homem que sofre de anorexia. Homem sem fome: o fogão nunca será aceso. O banquete nunca será servido. Dizia Miguel de Unamuno: 'Saber por saber: isso é inumano...' A tarefa do professor é a mesma da cozinheira: antes de dar faca e queijo ao aluno, provocar a fome... Se ele tiver fome, mesmo que não haja queijo, ele acabará por fazer uma maquineta de roubar queijos. Toda tese acadêmica deveria ser isto: uma maquineta de roubar o objeto que se deseja." (Rubem Alves em Ao professor, com meu carinho)
"Jorge Luís Borges passou por experiência semelhante. Declarou que estudou a vida inteira, menos nos anos em que esteve na escola. Era, de fato, difícil amar as disciplinas representadas por rostos e vozes que não queriam ser amados." (Rubem Alves em A alegria de ensinar)

sábado, 14 de maio de 2011

Para o tédio...



Monotonia


É segundo por segundo
Que vai o tempo medindo
Todas as coisas do mundo
Num só tic-tac, em suma,
Há tanta monotonia
Que até a felicidade,
Como goteira num balde,
Cansa, aborrece, enfastia...
E a própria dor - quem diria?
A própria dor acostuma.
E vão se revezando, assim,
Dia e noite, sol e bruma...
E isso afinal não cansa?
Já não há gosto e desgosto
Quando é prevista a mudança.
Ai que vida!
Ainda bem que tudo acaba...
Ai que vida tão comprida...
Se não houvesse a morte, Maria,
Eu me matava!


(Mário Quintana)

domingo, 8 de maio de 2011

Às mães

          Para sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
          (Carlos Drummond de Andrade)